Las herederas, do paraguaio Marcelo Martinessi, obteve o Prémio Platino à Melhor Primeira Obra de Ficção Ibero-americana e também o Prémio à Melhor Interpretação Feminina para Ana Brun. Pelo seu lado, Pájaros de verano, dos colombianos Ciro Guerra e Cristina Gallego, ganhou o Prémio Platino à Melhor Direção de Arte. Ambos os filmes receberam apoios da Ibermedia para a sua realização. Las herederas fê-lo em duas ocasiões: ao Desenvolvimento, na Convocatória 2014, e à Co-produção, em 2015. Pájaros de verano recebeu o apoio à Co-produção na Convocatória 2016. Juntamente com estes, Roma, do mexicano Alfonso Cuarón, foi o grande vencedor da sexta edição dos Prémios Platino do Cinema Ibero-americano ao ser galardoado com cinco estatuetas, incluindo a de Melhor Filme de Ficção e de Melhor Realizador (categoria na qual recebeu um Óscar no últimos prémios da academia de Hollywood).
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Las herederas foca-se no relacionamento entre duas mulheres de idade, Chela e Chiquita, que para fazer frente à sua difícil situação económica não têm outro remédio senão começar a vender os seus bens herdados.
Quando Chiquita, a mais dinâmica das duas, vai para a prisão acusada de fraude, Chela é obrigada a abandonar o conforto da sua existência e a propor com o seu próprio automóvel uma espécie de serviço de táxi, nomeadamente para um grupo de idosas. Fortuitamente conhece Angy, filha de uma das suas clientes, uma mulher mais nova e muito extrovertida. Juntamente com o seu repentino trabalho, este encontro vai afetar profundamente a vida de ambas e acaba por quebrar o que até então era uma madura relação de casal.
Entre outros galardões, a primeira obra de Martinessi foi a grande triunfadora ibero-americana na última edição do Festival de Cinema de Berlim ao obter dois Ursos de Prata: à Melhor Interpretação Feminina para Ana Brun, e o Alfred Bauer para filmes que abrem novas perspetivas na cinematografia mundial.
Pelo seu lado, Pájaros de verano baseia-se numa história real que explica a origem do narcotráfico na Colômbia.
Ambientada nos anos 70, conta como a cultura hippie se repercutiu em países como a Colômbia, quando a juventude dos Estados Unidos abraçou o consumo massivo de marijuana como droga recreativa. Isto levou os agricultores da região a tornar-se “empresários” a um ritmo veloz.
No deserto de Guajira, uma família indígena wayuu vê-se obrigada a assumir um papel de liderança nesta nova empresa. A riqueza e o poder combinam-se com uma guerra fratricida que irá colocar a sua família, as suas vidas e as suas tradições ancestrais em grave perigo.
Nas palavras do crítico Luis Martínez de El Mundo de Espanha, Pájaros de verano “mergulha na parte não contada e menos televisiva do narcotráfico. Entre o sonho, a fábula e a mais crua das realidades, o resultado é um filme admirável e, novamente, muito doloroso”.