Image default

IV Festival do Ibermedia ‘Imagens ibero-americanas: o estado da arte’ no MoMA de Nova Iorque

O documentário Palabras mágicas (Para romper un encantamiento), escrito e realizado por Mercedes Moncada, inaugurou o IV Festival Bienal do Ibermedia ‘Imagens ibero-americanas: o estado da arte’, que é apresentado no Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova Iorque de 1 a 14 de maio. Além do filme que inicia a mostra, serão exibidos outros oito filmes que receberam o apoio do Ibermedia.

[:]

Palabras mágicas (para romper un encantamiento), escrito e realizado por Mercedes Moncada, abre a série de cinema “Imagens ibero-americanas: o estado da arte”. O documentário é narrado na primeira pessoa, uma vez que a cineasta, de pai nicaraguano e mãe espanhola, viveu até aos 18 anos na Nicarágua. Quando era pequena presenciou o triunfo da Revolução Sandinista. A realizadora esgravata nas suas recordações para oferecer este filme que toma o lago de Manágua como metáfora da Nicarágua. “O lago Xolotlán está possuído por ele, por Sandino. Se isto é verdade, então este lago também é Manágua inteira, pois é o esgoto da cidade e aqui chegaram os refugos de todos nós”, narra Moncada.

El mudo, segunda longa-metragem escrita e realizada pelos diretores peruanos Daniel Vega e Diego Vega, que já obtiveram o Prémio do Júri na secção Um Certo Olhar do Festival de Cannes com a sua primeira obra Octubre, continua a percorrer o mundo. O segundo filme dos irmãos Vega estreou no Festival de Locarno, na Suíça, onde o ator protagonista Fernando Bacilio ganhou o Leopardo de Ouro para o melhor ator. O filme percorreu também os festivais de Toronto e Vancouver, no Canadá, e o Festival Internacional de Haifa, em Israel. El mudo conta a história do implacável e reto juiz Constantino Zegarra (Fernando Bacilio), que, após ser destituído do seu cargo sem grandes justificações, sofre um violento atentado que o deixa mudo.

Yvy Maraey. Tierra sin mal está escrito e filmado em Cinemascope pelo boliviano-mexicano Juan Carlos Valdivia, que também representa no filme apresentando a cultura da riqueza guarani e da sua língua. Valdivia, que já apresentou o seu filme no Festival de Mar de Plata e no Festival de Havana em 2013, irá exibir o seu filme a 3 de maio no auditório do Centro Rey Juan Carlos I da Universidade de Nova Iorque (NYU). Yvy Maraey: Tierra sin mal narra a viagem de um cineasta e um líder indígena pelas florestas do sudeste boliviano com o objetivo de investigar para um filme sobre o mundo guarani. O ponto de partida é uma imagem em movimento de uns selvagens filmada por um explorador sueco em 1910.

No, o filme do realizador chileno Pablo Larraín, que obteve a nomeação ao Óscar para o Melhor Filme em língua não inglesa, o Prémio Quinzena dos Realizadores para o Melhor Filme no Festival de Cannes e o Prémio para o Melhor Filme no Festival de Havana, recria com seriedade o conflito que ocorreu entre os eficazes ofícios da publicidade e as ideias da velha esquerda marxista chilena para acabar com a ditadura de Augusto Pinochet usando as armas de persuasão do sistema capitalista. É disso tudo que Larraín fala nesta crónica publicada recentemente.

A memória que me contam é o décimo filme da argumentista e realizadora brasileira Lúcia Murat, com que obteve o prémio da federação internacional de críticos (Fipresci) no Festival de Moscovo. A ditadura militar que governou o Brasil de 1964 a 1985 marcou a cinematografia e a vida pessoal de Murat, que já foi presa e torturada por esse regime. A Memória que me contam faz um balanço da geração de 68. Narra o reencontro de um grupo de amigos, que fizeram parte da resistência da ditadura, num hospital onde está internada a ex-guerrilheira Ana (Simone Spoladore).

La jaula de oro, primeira obra do hispano-mexicano Diego Quemada-Díez, vencedora do Prémio para o Melhor Realizador no Festival de Cinema de Havana de Nova Iorque, conta a história de dois adolescentes que saem da sua aldeia e a quem não tarda a juntar-se um indígena, com quem vivem a terrível experiência que milhões de pessoas sofrem todos os dias, obrigadas a abandonar os seus locais de origem. No caminho surgem a amizade, a solidariedade, o medo, a injustiça e a dor. O filme é inspirado em centenas de entrevistas que o realizador fez a emigrantes da vida real.

La Sirga, filme realizado pelo colombiano William Vega que foi exibido em 2012 na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e obteve o prémio para a Melhor Primeira Obra do Festival de Havana, tem como protagonista a desamparada Alicia (Joghis Seudin Arias). A lembrança da guerra chega à sua mente como trovões ameaçadores. Desterrada pelo conflito armado, tenta refazer a sua existência em La Sirga, uma pensão decadente nas margens de uma grande lagoa no alto dos Andes que pertence a Óscar (Julio César Roble), o único parente que conserva com vida, um velho arisco e solitário.

La demora, do realizador uruguaio Rodrigo Pla, colheu vários prémios na Mostra de Cinema Llatinoamericà de Catalunya, na Berlinale e no LAFF da Holanda, além de obter seis nomeações para os Ariel do México. Pla, realizador também do multipremiado La zona, apresenta a história de María (Roxana Blanco), obrigada a tomar conta do seu cada vez mais dependente pai Agustín (Carlos Vallarino) e de três crianças. Perante esta situação e os turnos na fábrica têxtil, sente que o mundo está a fechar para ela, e toma uma precipitada e desesperada decisão.

Melaza, do realizador e argumentista Carlos Lechuga, obteve a Bisnaga de Prata para a melhor longa-metragem na secção América Latina do Festival de Cinema de Málaga e o Prémio ao Melhor Argumento no Festival de Cinema de Havana de Nova Iorque, entre outros galardões. A primeira longa-metragem de Lechuga apresenta um jovem casal, protagonizado por Mónica (Yuliet Cruz) e Aldo (Armando Miguel Gómez), que luta para conservar as suas paixões e os seus princípios pessoais perante a profunda crise económica que vai minando o espírito do povo de Melaza, preocupado com o fecho da sua central açucareira.

GALERIA DE FOTOGRAFIAS

Palabras mágicasPalabras mágicasPalabras mágicas

El mudo. © Maretazo Cine.El mudo. © Maretazo Cine.El mudo. © Maretazo Cine.El mudo. © Maretazo Cine.

NONONONONO

A memória que me contam. © Taiga Filmes.A memoria que me contam A memoria que me contam A memória que me contam. © Taiga Filmes.A memoria que me contam

La jaula de oro© Machete Producciones.© Machete Producciones.© Machete Producciones.

La sirgaLa sirgaLa sirgaLa sirga

© Lulú Producciones.La demora© Lulú Producciones.© Lulú Producciones.© Lulú Producciones.

Melaza. © Producciones de la 5ta Avenida.Melaza. © Producciones de la 5ta Avenida.MelazaMelazaMelaza

Contenidos relacionados

‘Hija del volcán’, de Jenifer de la Rosa Martín, en el Ciclo DOCMA de marzo

Ibermedia

Se abre la convocatoria para el 13º Laboratorio Internacional de Guión en Colombia, LabGuion 2025

Ibermedia

Becas Ibermedia para la Residencia ACAMPADOC en Panamá. Convocatoria abierta hasta el 17 de marzo

Ibermedia

‘Mucho cine y pocas palabras’. Homenaje a Paul Leduc en Casa de América, del 12 de marzo al 24 de abril

Ibermedia

¡Atención, cineastas paraguayos! Este jueves 6 de marzo daremos una charla informativa sobre cómo acceder a los fondos de estímulo de Ibermedia

Ibermedia

Un año más, ¡Locarno Industry Academy tendrá cinco ediciones en América Latina! Convocatoria abierta con el apoyo de Ibermedia

Ibermedia

El chileno Vinko Tomičić Salinas gana el Premio a la Mejor Dirección en el Festival de Punta del Este por ‘El ladrón de perros’

Ibermedia

‘O Último Azul’, del brasileño Gabriel Mascaro, se alza con el Gran Premio del Jurado de la Berlinale

Ibermedia

Becas Ibermedia para el X SAPCINE, el Salón de Productores y Proyectos Cinematográficos del Festival de Cali

Ibermedia

Nos deja Carlos ‘Cacá’ Diegues, referente del cine brasileño y cofundador del Cinema Novo

Ibermedia

Beyond Borders, el festival de cine documental que se celebra en la isla griega de Kastelórizo, abre la convocatoria de su décima edición

Ibermedia

Ibermedia prepara su llegada a Berlín: encuentro de industria, desayuno y mesa redonda

Ibermedia